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Digitalização é uma alternativa para sobrevivência de empresas do setor de turismo e eventos


Além dos investimentos em canais eletrônicos e redes sociais, alguns negócios apostaram na inovação para se manter mesmo em meio à crise


Segundo levantamento realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, digitalização foi a palavra de ordem para o setor de turismo e eventos, segmentos que foram diretamente atingidos e prejudicados pela pandemia. Em meio às proibições e restrições para a realização de eventos e viagens, os empresários precisaram inovar para manter os negócios: em todo o País, 85% das empresas que atuam no turismo se digitalizaram, número superior à média geral, que é de 67%.


“Antes da pandemia, as empresas estavam indo bem sem precisar investir muito no digital, pois turismo e eventos são ligados às experiências presenciais, principalmente. Mas a partir do momento em que o cliente muda o seu foco, os empresários precisam mudar também. Nunca consumimos tanto no universo digital quanto agora e, para acompanhar essa tendência, aqueles que conseguiram manter os seus negócios mesmo em meio à crise, perceberam que precisavam fazer um novo movimento rumo à digitalização”, indica a coordenadora estadual de turismo do Sebrae/PR, Patrícia Albanez.


Em Foz do Iguaçu, polo turístico mundial, Jaime Mendes foi um dos empresários que traçou novas rotas frente à pandemia. O hotel que ele dirige já estava inserido nos meios digitais, mas ainda dependia muito de terceiros para a efetivação da reserva. Nesse sentido, o investimento foi direcionado para a criação de ferramentas que pudessem levar o estabelecimento a se comunicar diretamente com o cliente final.


“Fizemos acompanhamento no Programa ALI, do Sebrae/PR, e o consultor nos indicou caminhos para que atingíssemos o cliente final sem precisar de terceiros que demandam comissão. A partir daí, investimos em uma agência de marketing digital com o objetivo de deixar todos os nossos canais alinhados e prontos para receber o futuro hóspede quando a pandemia permitisse”, explica Jaime.


Desde julho do ano passado, portanto, o hotel testa a integração entre as redes sociais e o site, além de ter melhorado a usabilidade das reservas online por meio de estratégias como SEO, que ajuda a otimizar o posicionamento do site no Google, e automatização do atendimento nas mais diversas frentes. O resultado, segundo Jaime, já está sendo percebido.


“Antes, eu tinha apenas 30% das reservas realizadas por meio do meu site e das minhas redes sociais. O restante ficava concentrado em sites e aplicativos terceirizados. Com as mudanças advindas das estratégias do marketing digital, esse número foi para 60%, o que diminui nossos custos com comissão e, ainda, nos aproxima do cliente desde o primeiro momento da reserva”, destaca.


Para que a experiência não acabasse ali, o hotel também fez outros investimentos, dessa vez, mais ligados à estrutura. Foi implantado um sistema de aquecimento da piscina, alguns quartos receberam um upgrade e, agora, o hóspede pode contar com um serviço extra: café da manhã ao ar livre, no nascer do sol.


“Não vamos parar por aqui. Já entendemos que o digital precisa de atualizações constantes e estaremos em um processo contínuo de construção e melhorias. O mercado pedia agilidade, proximidade e facilidade. Vendo tudo isso, o hotel atendeu e hoje temos uma ocupação maior diante de alguns concorrentes”, comemora o empresário.


Já em Curitiba, no setor de eventos, a digitalização abriu caminhos para Rafael Proença. Sócio-proprietário de uma empresa de fotos e vídeos, antes da pandemia, ele atendia quase que exclusivamente festas de formatura e casamentos. Diante da suspensão de tudo isso, ele precisou rever as estratégias para se manter no mercado e, portanto, resgatou uma ideia que estava guardada na gaveta há muitos anos.


“Com a chegada da pandemia e todas as mudanças provocadas no setor de eventos, eu quebrei. Precisava encontrar alguma alternativa e pensei em colocar em prática um projeto que já estava pronto, mas em que eu ainda não tinha focado o suficiente para tirar do papel. Tentei fazer por conta própria, mas tive um prejuízo de mais de R$ 40 mil. Quando estava quase desistindo, um amigo me indicou o Sebrae e lá comecei a participar do Sebraetec”, relembra Rafael.


Com o Sebraetec, programa que subsidia parte ou a totalidade dos custos de investimentos com serviços tecnológicos para as empresas, o empreendedor conseguiu ativar a ideia e lançou, ainda em outubro de 2020, uma plataforma de realidade aumentada específica para registros fotográficos e videográficos de eventos.


“A nossa plataforma faz com que o cliente consiga ver os registros de eventos especiais como aniversários, casamentos e formaturas de forma aumentada, próxima e muito vívida. Isso é extremamente afetivo e nos fez perceber que é um nicho que pode ir muito além dos eventos”, observa o empreendedor.


Nesse sentido, a empresa adequou todas as ferramentas para uso em qualquer setor de forma facilitada e personalizada, visto que é acessível por aplicativo e pode ter o acesso renovado continuamente.


“Ainda estamos na fase de prospecção, mas tenho grandes esperanças nesse projeto. Temos uma equipe de desenvolvimento e vendedores que mostram o nosso serviço para empresas do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Aos poucos, queremos expandir essa lista e, a partir do momento em que os eventos voltarem 100%, já temos muitos clientes interessados em adquirir a assinatura”, enfatiza Rafael.


Levantamento

De acordo com a 11ª Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, houve queda de faturamento de pelo menos 91% das empresas do setor de turismo e eventos, sendo que apenas 9% estava funcionando normalmente. Com isso, a digitalização foi a saída encontrada, servindo como alternativa para 85% das empresas do segmento.


O forte investimento no mundo digital fez com que 48% das empresas desse segmento tivessem mais da metade de seu faturamento proveniente do comércio eletrônico.


Ainda segundo a mesma pesquisa, em sua 9ª edição, a plataforma WhatsApp é a preferida pelos empreendedores que inseriram o mundo virtual nas suas vendas, com 84% de adeptos. Cerca de 90% das empresas que exercem atividades como Artesanato, Beleza e Moda, e que digitalizaram sua comercialização, usam esse recurso para vender seus produtos e serviços. Instagram e Facebook são as próximas opções, com 54% e 51%, respectivamente. Apenas 23% dos negócios vendem por sites próprios.


“Os empresários que conseguiram fazer essa mudança se mantiveram no mercado e, com certeza, estão obtendo espaço importante para o futuro dos negócios. Para todos aqueles que estão nessa empreitada, o que recomendamos sempre é a busca de conhecimentos. Mesmo que haja orçamento para contratar alguma agência especializada, por exemplo, o próprio empresário deve conhecer as ferramentas e, com isso, saber como utilizá-las e contratá-las da melhor forma. O digital é uma ótima alternativa, mas demanda planejamento e estratégia para ser um espaço de experiências diferenciadas, e não um catálogo estático de produtos e serviços”, finaliza Patrícia Albanez.


Oportunidade

Com o objetivo de apoiar as empresas nesse processo de digitalização, o Sebrae/PR lançou em parceria com a Fecomércio PR e associações comerciais e empresariais, o Fature+, um projeto que visa capacitar as empresas para o aumento do fluxo de clientes online, mais vendas e o aumento do faturamento pela internet, além de uma maior visibilidade.


O cronograma de atividades contempla temas como tendências, gestão de resultados e métricas, marketing, planejamento financeiro, entre outros. São mais de 25 horas de aulas, além de mentorias e consultorias. Para saber mais sobre o projeto, basta acessar o site https://www.sebraepr.com.br/faturemais/.

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