Categoria decretou estado de greve na semana passada como sinal de alerta para que as aulas presenciais não sejam retomadas; os profissionais contaminados teriam participado de reuniões pedagógicas presenciais nos últimos dias
Os diretores do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (SINPREFI) reiteraram decisão de manter estado de greve como sinal de alerta contra a volta às aulas presenciais e manifestaram preocupação diante da confirmação da informação de que cinco profissionais da educação do município estão contaminados pelo novo coronavírus, sendo que quatro atuam na mesma escola e o quinto profissional atua num Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). Um dos profissionais está, inclusive, internado em estado grave. As informações foram debatidas durante reunião com o secretário de administração do município, Nilton Bobato, e com a secretária de educação, Maria Justina da Silva, hoje (17) cedo, na secretaria da Administração, onde também foram tratados outros temas relacionados à categoria.
Segundo a presidente do SINPREFI, Marli Maraschin de Queiroz, os profissionais da educação não pararam de trabalhar desde que a pandemia começou, pelo contrário: estão se desdobrando nos trabalhos remotos, preparando e corrigindo atividades, gravando vídeos em condições técnicas precárias justamente para garantir continuidade no ensino. “Mas o ensino híbrido que está sendo proposto pela prefeitura de Foz, incluindo aulas presenciais, coloca todos em risco, inclusive a comunidade,” defende ela.
Desde fevereiro, os profissionais que atuam nas unidades escolares de Foz iniciaram os trabalhos deste ano participando, inclusive, de reuniões pedagógicas presenciais. “Nós sabemos que não há mais vagas na UTI pelo SUS para pacientes com COVID-19 em Foz, queremos evitar o colapso do sistema de saúde e preservar vidas,” afirmou a diretora de políticas sindicais do SINPREFI, Viviane Jara Benitez.
Em Assembleia Geral realizada na última quarta-feira (10), 92,3% dos profissionais da educação aprovaram estado de greve como indicativo de que uma greve pode ser desencadeada a qualquer momento caso o ensino não seja mantido apenas de forma remota. Além disso, 1.029 profissionais da educação responderam um formulário digital elaborado pelo sindicato e 73,9% do total responderam que são contrários à volta às aulas presenciais.
Quem são os profissionais representados pelo SINPREFI?
O SINPREFI representa cerca de 2.000 profissionais que atuam na área da educação municipal, entre eles: professores, secretários de escola, coordenadores, diretores, agentes de apoio, auxiliares de serviços gerais e merendeiras. Esses profissionais trabalham na Educação Infantil (CMEI´s) e nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), portanto são responsáveis por crianças de 6 meses a 10 anos (aproximadamente). A Secretaria Municipal de Educação anunciou o retorno às aulas em formato híbrido (presencial + remoto) para crianças a partir de 4 anos, iniciando no dia 1º de março.
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